A história é um conto tão clássico, que eu não vou achar ruim se você preferir confirmar em outras fontes. Mas, se achar que eu mereço um voto de confiança, veja bem: eram dois amigos que jamais discutiam. Um dia se esqueceram de fazer as oferendas a Exu. Foram ao campo trabalhar, cada um em sua roça. Um homem misterioso passou pelo canteiro com um chapéu pontudo branco do lado direito e vermelho do lado esquerdo. Saudando o andarilho, um dos amigos fala ao outro: “Quem pode ser este homem de chapéu branco?” O outro contrapõe: “Mas o chapéu era vermelho”. Cada qual estava certo, mas não foi o suficiente. A discórdia, desconfiança e fúria tomaram conta da amizade.

O conto pode ser interpretado de diversas maneiras. Para cada passo dado por Exu há um mal entendido para ser resolvido e uma “verdade” a ser desconstruída. São pessoas que não compreendem uns aos outros, principalmente quando se trata de religião; irmãos de fé que julgam uns aos outros, dando espaço para fofocas e desarmonia nos espaços religiosos; pessoas que pregam o que não praticam;

É verdade que o respeito à individualidade está em falta. Talvez como reflexo do que nós mesmos vibramos e deixamos nos atingir. Portanto, nos cabem o julgamento e a crença em uma verdade absoluta (o que por si só já seria uma redundância)?! Se for para defender uma verdade, quem sabe “a pureza da resposta das crianças”.

Tamires Santana é jornalista, design gráfico e membro do N.E.E.R.7 Tronos Sagrados | https://7tronossagrados.wixsite.com/oficial

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